Mulheres com filhos têm menos chance no mercado

01/02/2011 10:50

Pesquisa da Regus aponta que empregadores se preocupam com a possibilidade de mulheres tirarem licença-maternidade para dar à luz outro filho e de estarem desatualizadas profissionalmente.


Em pleno séc. XXI uma preocupação jurássica dos empresários tem vez quando a contratação envolve mães. Pesquisa realizada pela consultoria Regus mostra que a quantidade de empresas que pretendem contratar mais mulheres com filhos caiu em um quinto em relação ao mesmo período do ano passado.

 

Em 2010, 44% das empresas pretendiam contratar profissionais com filhos, mas agora no início de 2011 somente 36% das firmas continuam pensando da mesma maneira.

 

Essas estatísticas preocupam principalmente grupos e associações de mulheres, já que, de modo geral, as estimativas de contratações no fim de ano costumam ser favoráveis nessa época acelerada da economia global. O estudo também revela uma proporção residual de empresas que continuam preocupadas a respeito da contratação de mulheres com filhos, juntamente com alguns detalhes sobre quais são exatamente essas preocupações.

 

As expectativas anteriores indicavam que 45% das empresas em todo o mundo pretendiam fazer novas contratações em 2011, mas o estudo da Regus mostrou que a intenção de empregar mulheres com filhos caiu consideravelmente, preocupando famílias, grupos e associações de mulheres e governos de forma geral. No Brasil, onde 57% das empresas pretendem aumentar seu pessoal, essa tendência é ainda mais evidente, com somente 38% das empresas declarando seus planos de contratar mais mulheres com filhos.

 

O relatório também revela preocupação por parte de uma minoria de empregadores que ainda tem receios com relação à contratação de mulheres com filhos, achando que elas podem mostrar menos comprometimento e flexibilidade do que os demais funcionários (37%), deixar o emprego logo após o treinamento para terem outro filho (33%) ou estarem desatualizadas na sua área de atuação (24%). No Brasil, os empregadores estão preocupados principalmente com a possibilidade de elas tirarem licença-maternidade para dar à luz outro filho (39%) e de estarem desatualizadas profissionalmente (29%).

 

Retorno ao trabalho

 

Por outro lado, grande parte das empresas valoriza o retorno ao trabalho dessas profissionais, pois 72% das organizações declararam que as empresas que ignoram mães que voltam ao serviço em meio período estão perdendo uma excelente oportunidade do grupo de profissionais à disposição no mercado.

 

Além disso, 56% das empresas consideram que as profissionais com filhos possuem habilidades difíceis de serem encontradas no mercado de trabalho no momento; e 57% declararam que valorizam profissionais que voltam ao trabalho após o período da licença-maternidade porque elas oferecem experiência e bom conjunto de habilidades sem exigir uma faixa salarial muito alta. No Brasil, a parcela de mulheres com filhos que não exige grandes salários esteve abaixo da média global (47%), o que pode indicar que essas profissionais têm mais chances de serem bem remuneradas pelo seu trabalho.

 

Ainda há preconceito, afirma executiva

 

"Não deveria ser surpresa constatar que, no atual cenário da economia, ainda existem alguns preconceitos nesse sentido, e que algumas empresas contribuem de forma negativa e antiquada no mercado de trabalho atual. Enquanto a grande maioria das empresas concorda no fato de que fechar as portas para as profissionais com filhos significa descartar um pessoal extremamente valioso, ainda existe muita preocupação com relação aos compromissos familiares e como eles podem desviar a atenção e o comprometimento dessa colaboradora na organização", analisa Janaína Nascimento, diretora da Regus no Brasil.

 

"Conforme o mercado de trabalho evolui, é possível reconhecer que as empresas que conseguem integrar esses valiosos ativos agregam também uma maior chance de êxito no seu respectivo setor. Além disso, os custos com maternidade no Brasil são extremamente baixos: 1,83% do custo da mão de obra. Felizmente, acordos de trabalho flexíveis estão se tornando cada vez mais comuns. As empresas que valorizam todos esses aspectos com relação a esse tipo particular de profissional apresentarão um ambiente de trabalho muito mais produtivo, favorável e agradável simplesmente deixando que suas funcionárias trabalhem em horários alternativos ou mais perto de suas próprias casas", finaliza a executiva. 

Por Redação Administradores, www.administradores.com.br

 

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